quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Alimentos com mais agrotóxicos

Goiás é um dos estados com maior índice de veneno nos alimentos. Cenoura lidera contaminação

Vinicius Jorge Sassine

É como uma loteria: de cada dez unidades de cenoura que o consumidor goiano escolher num supermercado, vai levar para casa sete unidades com excesso de resíduos de agrotóxicos, um evidente risco à saúde. Com a laranja e o tomate, os resultados da loteria podem ser um pouco melhores, mas preocupantes. Três laranjas e três tomates, de um grupo de dez unidades de cada estarão excessivamente contaminados. Há quatro anos, a cenoura, a laranja e o tomate estavam muito mais palatáveis em Goiás.

Em 2008, verduras e frutas estavam mais contaminadas do que em anos anteriores, exceção feita ao morango (o índice caiu de 80% para 28,6%). Além disso, os índices de produtos com contaminação acima do que permite a lei colocam Goiás no grupo dos Estados onde mais resíduos são encontrados nos alimentos. A cenoura goiana, com base nos dados de 2008, é a mais contaminada do País. A laranja, o mamão, o pimentão e o tomate vendidos para os goianos estão em segundo lugar nacional em níveis de contaminação.

Os resultados das pesquisas feitas pela Superintendência de Vigilância Sanitária e Ambiental (Svisa) em Goiás – responsável pelo programa da Anvisa em nível estadual – não poderiam ser outros. O POPULAR mostrou ontem que o consumo de agrotóxicos nas lavouras goianas aumentou 42% nos últimos quatro anos, o que fez Goiás saltar da sexta para a quinta posição dentre os Estados que mais consomem defensivos agrícolas. São quase 56 mil toneladas de produtos – principalmente herbicidas, fungicidas e inseticidas – despejados no ambiente em um único ano. As consequências são desastrosas, com impactos comprovados para a saúde de trabalhadores rurais e de consumidores dos produtos finais.

Ao analisar o alimento vendido ao consumidor, para que seja liberado, a Anvisa calcula dois indicadores: o limite máximo de resíduos (LMR) e a ingestão diária aceitável (IDA), que mostram a quantidade tolerável de resíduos nos produtos agrícolas. As partículas detectadas no Para estão fora dos limites dos dois indicadores e representam um risco real à saúde. “Existe uma segurança muito boa para a população, mas são detectadas irregularidades. O produtor está usando errado as dosagens e submetendo a população a um risco”, afirma o gerente de Avaliação de Riscos Toxicológicos da Anvisa, Ricardo Velloso.

Fonte: O Popular, 24 de agosto de 2009

Pirataria perigosa

Os remédios já entraram para a lista dos produtos mais falsificados no país. Só no primeiro trimestre deste ano, foram apreendidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quase 10 toneladas de medicamentos falsos, oito vezes o total apreendido em todo o ano passado. Desses, 90% são contra a disfunção erétil, como Viagra e Cialis. O restante dos remédios piratas são analgésicos, anti-inflamatórios e até drogas contra o câncer.

Só existe uma forma simples e segura de saber se o medicamento é verdadeiro: a raspadinha
O quadrado com tinta branca ou metalizada é obrigatório e deve estar em uma das laterais da caixa. Raspado, ele revela o selo do fabricante e a palavra "qualidade". Como é difícil copiá-lo, não está presente nas caixas de remédios falsificados.

Fotos Charlie Newham/Alamy/Otherimages, Juergen Hasenkoppf/Alamy/Otherimages, Eduardo Ferreira e divulgação

Especialistas consultados: os psiquiatras Adriano Segal (USP) e Bernardo Soares, o bioquímico Fabrício Vilhena, os farmacologistas George Cunha, Gilberto De Nucci, Heitor Moreno (Unicamp) e José Carlos Nassute (Unesp), o clínico Jamiro Wanderlei e a nutricionista Mirtes Stancanelli (Unicamp)

Fonte: Veja, 13 de maio de 2009

As dicas dos especialistas sobre como guardar remédios dentro de casa

1 - No banheiro, não: ao contrário do que muita gente imagina, o armário do banheiro não é lugar de guardar remédio. A alta temperatura e a umidade do banho dificultam sua conservação. Se a opção for pelo armário da cozinha, o ideal é que ele esteja longe do forno e do micro-ondas, fontes constantes de calor

2 - Nem calor nem frio: a temperatura ideal para guardar um remédio é entre 15 e 27 graus. O princípio ativo da maioria deles só tem efeito se mantido dentro desses limites

3 - Um lugar na geladeira: medicamentos que requerem baixas temperaturas devem ser mantidos do centro para o fundo do refrigerador. Assim, ficam menos sujeitos a mudanças bruscas de temperatura resultantes do abre-e-fecha da porta

4 - Sem muita luz: qualquer armário de medicamentos deve ser seco, minimamente ventilado e protegido do excesso de luminosidade. A presença de um desses fatores pode prejudicar o efeito do fármaco

5 - Limpeza anual: programe-se para fazer, pelo menos uma vez ao ano, uma faxina no armário de medicamentos. É a frequência necessária para manter o estoque dentro da validade, que em geral é de dois anos

6 - Acesso mais fácil: mantenha os medicamentos na embalagem original. Para facilitar o acesso a caixas e frascos, separe-os por tipo – xaropes, analgésicos e anti-inflamatórios, por exemplo – ou por outras categorias, como a de remédios que devem ser tomados antes, durante ou depois das refeições ou pela manhã, à tarde ou à noite

Fonte: Veja, 13 de maio de 2009

Combinações Perigosas

REMÉDIO + REMÉDIO

Combinação: CORTICOIDES E ANTI-INFLAMATÓRIOS
Nomes comerciais*: os corticoides Meticorten e Decadron e os anti-inflamatórios não esteroides Spidufen, Cataflam, Voltaren e Feldene
Efeitos: dores de estômago e maior risco de sangramento e formação de úlceras
Recomendações: especialmente quando o tratamento com corticoide dura mais de cinco dias, não se devem combinar os dois medicamentos

Combinação: ANTIÁCIDOS E ANTIBIÓTICOS
Nomes comerciais: Aldrox, Pepsamar e Mylanta Plus e antibióticos em geral
Efeitos: os antiácidos mais comuns diminuem a taxa de absorção do antibiótico. Até 70% do seu princípio ativo deixa de ser aproveitado
Recomendações: é um erro tomar um antiácido para combater a dor de estômago que o antibiótico possa provocar. É preciso esperar pelo menos uma hora depois da ingestão do antibiótico para tomar o antiácido

Combinação: REMÉDIOS PARA EMAGRECER E ANTIDEPRESSIVOS
Nomes comerciais: os antidepressivos cujo princípio ativo é a fluoxetina, Daforin, Deprax, Fluxene e Prozac, e os remédios à base de sibutramina Reductil, Plenty e Vazy
Efeitos: a fluoxetina inibe enzimas que metabolizam a sibutramina, potencializando seus efeitos colaterais. Ocorrem aumento da pressão arterial e taquicardia.
Recomendações: os dois medicamentos só devem ser tomados juntos com acompanhamento médico rigoroso. Dependendo do metabolismo de cada pessoa, até as doses pequenas podem interagir de forma perigosa

Combinação: INIBIDORES DE APETITE E ANSIOLÍTICOS
Nomes comerciais: os anorexígenos Inibex, Desobesi-M, Dualid e Hipofagin e os benzodiazepínicos Valium, Lorax e Lexotan
Efeitos: o paciente pode ter irritabilidade, confusão mental, alteração de batimentos cardíacos e tontura. Em casos graves, a combinação pode desencadear psicoses e esquizofrenia
Recomendações: a associação não deve ser feita em nenhuma hipótese. Só é cogitada pelos médicos em casos extremos de obesidade mórbida

REMÉDIO + ALIMENTOS

Combinação: BRONCODILATADORES E GORDURA
Nomes comerciais: Euphyllin e Bamifix
Efeitos: o princípio ativo dos broncodilatadores, ao ser absorvido no intestino, compete com a digestão da gordura dos alimentos – um dificulta a absorção do outro. Em menor quantidade, o remédio perde o efeito esperado e as crises respiratórias voltam muito antes do previsto
Recomendações: não se devem fazer refeições ricas em gordura duas horas antes nem duas horas depois de tomar o medicamento. É o tempo mínimo para que ele passe pelo intestino e caia na corrente sanguínea em quantidade suficiente

Combinação: ANTIBIÓTICOS DO GRUPO QUINOLONA E LATICÍNIOS
Nomes comerciais: Floxacin, Cipro, Trovan e Tavanic
Efeitos: o leite e seus derivados neutralizam a atividade do antibiótico
Recomendações: o alimento e o remédio não devem ser ingeridos juntos. Depois de consumir um laticínio, deve-se esperar cerca de três horas, tempo da digestão, antes de tomar um antibiótico. Os alimentos também só podem ser consumidos duas horas depois da ingestão do medicamento


REMÉDIO + BEBIDAS

Combinação: ANTIPARASITÁRIOS E ÁLCOOL
Nomes comerciais: Flagyl, Periodontil, Pletil e Facyl
Efeitos: a associação causa dores de cabeça, taquicardia, náuseas e sudorese. Em casos extremos, pode desencadear convulsões
Recomendações: os tratamentos contra parasitas são curtos – duram, em média, até três dias –, mas a interação pode acontecer mesmo com doses moderadas de álcool. Depois do tratamento, é preciso esperar 24 horas até que o medicamento seja eliminado do organismo

Combinação: PARACETAMOL E ÁLCOOL
Nomes comerciais: Tylenol, Acetofen e Dôrico
Efeitos: o álcool e o paracetamol, presente em analgésicos, são metabolizados no fígado e, em combinação, produzem um resultado altamente tóxico. Utilizada com frequência, a mistura pode lesionar o fígado. O uso concomitante e recorrente das duas substâncias pode ser fatal
Recomendações: não existe ideia mais equivocada do que tomar um comprimido de paracetamol para curar a dor de cabeça de uma ressaca. É recomendável esperar, no mínimo, seis horas para ingerir qualquer bebida alcoólica depois do analgésico

Combinação: ANSIOLÍTICOS E CAFEÍNA (presente sobretudo em café e nos chás verde, preto e branco)
Nomes comerciais:
Valium, Lorax e Lexotan
Efeitos: dependendo das doses de remédio e de cafeína ingeridas, os efeitos do ansiolítico são anulados. Em geral, o nível de stress do paciente aumenta ao perceber que o medicamento não faz efeito
Recomendações: deve-se esperar entre oito e doze horas para ingerir cafeína, mesmo em doses pequenas

Combinação: ANSIOLÍTICOS E ÁLCOOL
Nomes comerciais: Valium, Lorax e Lexotan
Efeitos: um potencializa a ação do outro se administrados conjuntamente. Há diminuição da frequência da respiração e pode ocorrer até mesmo parada respiratória
Recomendações: é preciso esperar doze horas até que o princípio ativo do tranquilizante tenha deixado o organismo para consumir bebidas alcoólicas. Ou aguardar doze horas depois de ingerir álcool para tomar o medicamento


REMÉDIO + FITOTERÁPICOS

Combinação: ANSIOLÍTICOS E VALERIANA
Nomes comerciais: Valium, Lorax e Lexotan
Efeitos: a valeriana, indicada como um ansiolítico natural, pode potencializar a ação de outros medicamentos de efeito calmante semelhante. Entre os perigos, letargia e queda de pressão arterial
Recomendações: na falta de informações conclusivas sobre os riscos, o melhor a fazer é evitar a associação

Combinação: GINKGO BILOBA E ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Nome comercial: Aspirina
Efeitos: no organismo, as ações anticoagulantes das substâncias se somam, aumentando o risco de sangramentos internos
Recomendações: só é seguro tomar ginkgo biloba depois de no mínimo dez dias do uso de Aspirina

Fonte: Veja em 13 de maio de 2009.